
Fissuras labiopalatinas são deformidades congênitas que ocorrem devido a falhas no desenvolvimento da região craniofacial durante o período embrionário. Essas falhas resultam em descontinuidades nas estruturas faciais e alterações na inserção anatômica dos músculos do palato, lábio e tuba auditiva. As fissuras podem aparecer isoladamente ou estar associadas a outras condições ou malformações, formando uma síndrome.
O desenvolvimento embrionário craniofacial, que ocorre entre a quarta e a décima segunda semanas de gestação, é um processo dinâmico e complexo responsável pela formação das estruturas faciais. Esse processo é geneticamente controlado, e qualquer interrupção ou atraso pode resultar em fissuras. A gravidade da fissura no palato e no lábio geralmente depende do momento em que o desenvolvimento fetal foi afetado.
Pessoas com fissura labiopalatina geralmente seguem padrões de crescimento facial semelhantes aos de indivíduos sem a condição. No entanto, as deformidades faciais causadas pela descontinuidade do lábio e/ou palato, juntamente com a inserção alterada da musculatura e suas ações, que apesar de descontínuas, mantêm uma contratilidade normal, afetam o crescimento facial de forma única. Portanto, a correção cirúrgica anatômica e funcional é necessária, variando de acordo com o grau e as regiões afetadas em cada caso.
Dra. Mônica Elisabeth Simons Guerra
Médica foniatria especializada no tratamento de pacientes com fissura labiopalatina. Possui mestrado com ênfase em fissura labiopalatina, linguagem, perda auditiva e otite secretora.
Referência:
Tratado de Foniatria 2020 – Capítulo: Dr Alfredo Tabith Júnior e Dra. Mônica Elisabeth Simons Guerra