
O que é otite média com efusão ou otite média secretora?
A otite média com efusão (OME), também chamada de otite média secretora, ocorre quando há líquido acumulado no ouvido médio, a parte central do ouvido. Muitas vezes, a OME é silenciosa, sem sintomas perceptíveis pelos pais. Porém, em alguns casos, pode causar sintomas como secreção saindo do ouvido (com ou sem dor), dificuldade para ouvir e irritabilidade.
A otite média com efusão pode atrasar a fala e a linguagem crianças?
A OME pode estar ligada a atrasos na aquisição de primeiras palavras e frases, erros na fala, como trocas, omissões ou adição de fonemas, e dificuldades escolares. O acúmulo de líquido na orelha média pode causar perda auditiva transitória, prejudicando o processamento da informação auditiva até o cérebro da criança. Além disso, pode resultar em problemas de equilíbrio (vestibulares) e comportamentais, como irritabilidade e desconforto auditivo.
A otite média com efusão é frequente?
A otite média com efusão (OME) é bastante comum, afetando cerca de metade das crianças no primeiro ano de vida e aumentando para 60% aos dois anos. Por volta dos 5 a 6 anos, aproximadamente 1 em cada 8 crianças na escola primária já pode ter tido algum episódio de OME em uma ou ambas as orelhas, com ou sem sintomas. Crianças com síndrome de Down e fissura palatina têm maior probabilidade de desenvolver OME, com incidência variando de 60% a 85% no primeiro ano de vida. A OME pode surgir após infecções das vias aéreas superiores, quadros alérgicos como rinite, otites agudas, hipertrofia da adenoide, hiperplasia das amígdalas palatinas, faringites, entre outros, devido ao mau funcionamento da tuba auditiva, também conhecida como trompa de Eustáquio.
A tuba auditiva da criança é menor, mais horizontal e ainda não está totalmente desenvolvida em comparação à do adulto. Isso facilita a entrada de agentes infecciosos, dificulta a drenagem e pode causar falha na equalização da pressão.
A otite média com efusão tem tratamento?
O otorrinolaringologista foniatra, considerando a história clínica da criança e exames como otoscopia, timpanometria e audiometria, avaliará o impacto potencial no desenvolvimento infantil e em outros aspectos da vida da criança, determinando a melhor conduta. A maioria dos episódios de OME se resolve espontaneamente, com medicamentos ou mudanças de hábitos, dentro de três meses. Contudo, cerca de 30% a 40% das crianças podem ter um novo episódio, e 5% a 10% dos casos persistem por mais de um ano, podendo requerer intervenção cirúrgica. A miringotomia ou timpanotomia com inserção do tubo de ventilação é o procedimento cirúrgico mais indicado nesses casos.
Referência bibliografia:
Clinical Practice Guideline: Otitis Media with Effusion Executive Summary (Update) – Rosenfeld RM et al.